Uso sustentável dos oceanos gera oportunidades de negócios
Oitenta por cento da população brasileira vive a menos de 200 km do litoral, enquanto 93% da produção industrial acontece nessa faixa. A história do Brasil está intrinsecamente ligada ao mar. “A exploração racional do mar é um objetivo perseguido pelo Brasil, com alguns bons resultados, como a preservação da cadeia alimentar, cuja base reside nos oceanos. Políticas públicas estão sendo desenvolvidas nesse sentido”, observou o vice-almirante Wilson Pereira Filho, diretor de Portos e Costas da Marinha do Brasil.
Ele participou do seminário sobre tendências, novas tecnologias e oportunidades de cooperação sobre o uso sustentável dos oceanos, realizado pelo Sistema FIRJAN, em parceria com o Consulado Geral Norueguês e a Innovation Norway, nesta quarta-feira, 08.
A relação sustentável com os recursos marítimos já é o caminho seguido pela Noruega, país que possui uma das maiores costas litorâneas do mundo e intensa atividade nos mercados de pesca e petróleo e gás – em especial no segmento offshore. As atividades marítimas são os principais fatores de emprego e desenvolvimento da nação, como explicou Ingvil Smines, vice-ministra de Petróleo e Energia da Noruega. Segundo ela, a transferência tecnológica entre setores é uma das principais políticas que possibilitam o sucesso de seu país.
“Conseguimos, por meio dessa convergência e sinergia, desenvolver segmentos tradicionais e novos, de modo a ganhar escala e propiciar a geração de inovação. O nosso principal objetivo é disseminar e maximizar o potencial dos oceanos, mas utilizando uma cultura sustentável e, assim, criando vagas de emprego e desenvolvimento”, destacou Ingvil.
O uso de novas tecnologias na economia marítima já é realidade e está mudando o modo de fazer negócios dos atores envolvidos. Esse foi o tema apresentado por Jonas Mattos, gerente de desenvolvimento de negócios da DNV GL, empresa de garantia de qualidade e gerenciamento de riscos: “Já é possível criar plataformas de simulação, que otimizam custos e resultados, por exemplo. A digitalização e o uso de big data são as principais tecnologias disruptivas”.
Por isso, de acordo com Carlos Mariani Bittencourt, vice-presidente da FIRJAN, a colaboração entre o Brasil e a Noruega deve ser fortalecida, de modo a contribuir com a troca de conhecimentos entre as duas nações. “Temos muito respeito e admiração pelo pensamento norueguês, centrado no desenvolvimento sustentável. Possuímos um oceano de oportunidades e, com certeza, aprenderemos uns com os outros”, afirmou.
Para Sissel Steen, cônsul-geral da Noruega no Rio de Janeiro, essa aproximação será muito promissora: “Estamos convencidos de que a cooperação entre os dois países continuará rendendo bons frutos”.
O seminário “An Ocean of Opportunities – Ocean Industry and Technology” aconteceu em 8 de novembro, na sede do Sistema FIRJAN.
Fonte: Sistema FIRJAN