Começou no dia 1º de março a paralisação temporária da pesca do camarão em Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio de Janeiro. Durante três meses, a espécie será preservada para reprodução. O período é estabelecido por lei e tem objetivo de permitir que o pescado se reproduza e cresça. Quem trabalha no setor precisa buscar outras fontes de renda. "Uns biquinhos que aparecem por aí, em terra mesmo, a gente aproveita para sustentar a família", disse um pescador.

 

Durante o defeso é até possível encontrar camarões à venda, já que muitas peixarias congelam e vendem o produto conforme a procura. Neste caso, o estabelecimento precisa registrar o estoque no Ibama para não ter problemas com a fiscalização.

 

"Se por ventura alguma peixaria, uma pousada ou um restaurante for pego um estoque de camarão sem origem, ele responde da mesma forma criminalmente como quem pesca durante o defeso", disse o chefe do escritório do Ibama em Angra, Luis Felipe Bonifácio da Silva.

 

No último defeso, 16 pescadores foram presos em operações do Ibama e da Polícia Federal. Dez barcos, quase 500 quilos de camarão e dezenas de equipamentos de pesca foram apreendidos. As multas passaram de R$ 60 mil. Apesar desse trabalho, o Ibama afirma que muitos pescadores desrespeitam a lei e por isso a fiscalização vai ser intensificada.

 

"Nosso objetivo não é autuar, não é prender. Nosso objetivo é que se pare essa pesca ilegal. O pescador que se aventurar a pescar nesse período de defeso responderá criminalmente, terá seu barco apreendido. Será conduzido à Polícia Federal e autuado", disse Luis Felipe.