Estados buscam sustentabilidade na produção do pescado
Mato Grosso é responsável por quase 11,5% da produção brasileira de peixes, com mais de 70 mil toneladas por ano. Já em Goiás, concentra-se 4,9% da produção nacional, equivalente a quase 30 mil toneladas anuais.
A aquicultura ganhou espaço na região por conta da grande disponibilidade de grãos com preços competitivos para a fabricação de ração, além do clima de temperaturas elevadas, que beneficia a produção o ano todo. E para manter a rentabilidade dos negócios, o desafio encontrado pelos produtores está relacionado, principalmente, à sustentabilidade da cadeia e também com o equilíbrio do manejo nutricional e de ambiência.
As alternativas foram apresentadas pelo professor aos produtores de Goiânia (GO) e Cuiabá (MT), durante dois eventos organizados pelos Sebraes locais, em parceria com a Associação dos Aquicultores de Mato Grosso (Aquamat), Aqua zen e a Alltech, empresa referência em nutrição e saúde animal. O principal objetivo foi levar ao público informações sobre ações preventivas para redução de desperdícios nas propriedades.
“Mostramos a importância de um controle da qualidade da água adequado. E os resultados de um planejamento da produção que otimize o uso dos recursos (ração, mão de obra, insumos diversos e estruturas de produção), com um controle efetivo e registro das despesas, bem como a adoção de um manejo sanitário preventivo, em especial com foco no uso de aditivos nutricionais que possam melhorar resistência dos animais, reduzindo as mortalidades diárias nos cultivos”, detalha o professor e Doutor em Aquicultura pela Auburn University (Estados Unidos), Fernando Kubitza.
Na avaliação da gestora do projeto de piscicultura do Sebrae Mato Grosso, Valeria Pires, o encontro foi essencial para fomentar o desenvolvimento local do setor. “Muitos produtores não têm acesso à informação e, por meio dessas parcerias, temos conseguido aproximar o produtor do conhecimento para que possa expandir o seu negócio, tendo condições de ampliar a competitividade no mercado”.
A opinião é compartilhada pelo gestor do projeto no Sebrae Goiás, Adriano Teixeira, que destaca ainda que os produtores precisam focar cada vez mais em uma produção eficiente, “Hoje, com a alta do custo de ração, se o produtor não for atrás de produzir mais com menos terá o mercado reduzido. Então para ter lucratividade e para a cadeia funcionar precisa se informar”.
Os eventos reuniram mais de 140 participantes, e para a gerente de Aquicultura da Alltech, o principal ganho é a comunicação entre todos os elos da cadeia, pois além de produtores participaram também pessoas das equipes de fábricas de ração.
“Nos dois estados, os treinamentos tiveram o ganho de promover uma aproximação com a cadeia. E, em relação ao conteúdo, o principal destaque foi mostrar como a nutrição pode interferir na qualidade do produto final”, conta.
Fonte: Resvista Pesca & Companhia