Crescimento do PIB em 2018 depende da Reforma da Previdência
A Reforma da Previdência é essencial para o reaquecimento da economia brasileira, segundo o economista-chefe do Sistema FIRJAN, Guilherme Mercês. Caso a Reforma não seja aprovada este ano a perspectiva de crescimento do PIB do Brasil em 2018 será de apenas até 2%. Já se houver a Reforma e ainda o encaminhamento de outras mudanças importantes, como a reforma tributária, o índice pode chegar a 4%.
O assunto foi debatido na manhã desta segunda-feira (29/10), na Representação Regional da FIRJAN, em Campos. Participaram do evento secretários municipais, vereadores e outras autoridades dos municípios da região. O encontro tratou da necessidade de mudanças no atual regime previdenciário e os impactos negativos que a não aprovação da Reforma da Previdência podem provocar nas contas públicas da União, estados e municípios. De acordo com governo federal, o déficit da Previdência foi de R$ 268,8 bilhões em 2017.
Em Campos, a reunião foi aberta pelo presidente do Conselho Regional FIRJAN/CIRJ Norte Fluminense, Fernando Aguiar, que destacou que, há 20 anos, a FIRJAN vem lutando pela a aprovação de mudanças estruturais no país por meio do movimento ‘Reformas Já’. “A Reforma da Previdência não é apenas um assunto para políticos, é um assunto que deve ser debatido por toda a sociedade. A previdência hoje é um problema de todos nós”, declarou.
Além do impacto no crescimento econômico, Mercês também falou sobre alguns mitos que fazem parte do debate sobre a Reforma. Segundo ele, há déficit, sim, na previdência. “Basta fazer a comparação da receita da Seguridade Social e as despesas globais que devem ser pagas”, disse. Ele afirmou ainda que sempre que há necessidade de aportar recursos para tapar o rombo na previdência, investimentos deixam de ser feitos em saúde e educação por exemplo.
Outro mito abordado por ele foi o fato de os trabalhadores que ganham menos serem os mais prejudicados com as mudanças. “A Reforma atacará, majoritariamente, os altos salários e aposentadorias precoces, como as do funcionalismo público, cujos ganhos mensais médios podem chegar a mais de R$ 28.000, enquanto que o trabalhador urbano de baixa renda tem aposentadoria média de R$951,00 por mês.
Guilherme Mercês destacou que, assim como o governo do estado do Rio, boa parte dos municípios fluminenses está em situação difícil ou crítica, de acordo com o Índice FIRJAN de Gestão Fiscal (IFGF) divulgado no ano passado. Mercês comentou que 44 dos 51 municípios fluminenses analisados pelo estudo receberam conceito D no indicador de Investimentos, indicando que investiram menos de 8% do orçamento. O estado do Rio ficou com a menor média nesse indicador entre as 27 unidades da federação.
Também presente na reunião, o Secretário de Desenvolvimento Econômico de Campos, Felipe Quintanilha, disse que a situação apresentada por Mercês é bastante parecida com a que o município enfrenta. “É uma questão matemática, uma conta que não fecha. Se não houver mudanças a situação pode ficar insustentável”, afirmou.
O Diretor de Relações Institucionais da FIRJAN, Márcio Fortes, também destacou a importância da aprovação da Reforma o mais breve possível. “Ou se faz a Reforma agora, de forma ordenada, ou deixamos para fazê-la quando a situação estiver fora de controle. Nesta segunda opção, o país corre o risco de não conseguir pagar seus aposentados ou precisar rever direitos adquiridos, o que é muito pior”.
Em dezembro do ano passado, um encontro na sede do Sistema FIRJAN, no Rio, com líderes do executivo de diversos municípios fluminenses, marcou os 20 anos em que a Federação lançou o movimento “Reformas Já”, defendendo a reforma da previdência. A nova série de eventos com a participação de prefeitos, secretários e empresários já aconteceu também em Petrópolis, Friburgo e Niterói e também acontecem em Três Rios e Volta Redonda (31/1).
Saiba mais sobre o evento “Reformas Já” em Friburgo, Niterói e Petrópolis.
Fonte: Sistema FIRJAN